No Brasil, tuuudo vira tema de música e, claro, tem muito compositor que coloca a culinária em lugar de destaque.

Para alegrar seus momentos de inspiração na cozinha – e dar o tempero final em suas receitas – criamos uma listinha m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a de vinte músicas brasileiras que falam de ingredientes, pratos e delícias variadas.

Bota na caixinha de som e bora cozinhar!

  “Manjericão”, Tulipa Ruiz, João Donato, Edgar

Sonzinho maneiro, “Manjericão” faz alguns trocadilhos com esse tempero tão gostoso e ainda dá uma dica de como usá-lo numa receita beeem brasileira “Bota mais manjericão nesse feijão que eu tô chegando meu amor!”

   “Vatapá”, Gal Costa

Um som deliiicinha para abrir esta lista.

Gal Costa começa cantando, com sua voz doce: “Quem quiser vatapá, ô, Que procure fazer, Primeiro o fubá, depois o dendê.”

Mais para a frente, Gal passa quase uma receita completa:

“Bota castanha de caju, um bocadinho mais, Pimenta malagueta, um bocadinho mais, Bota castanha de caju, um bocadinho mais. Pimenta malagueta, um bocadinho mais. Amendoim, camarão, rala um coco, Na hora de machucar, Sal com gengibre e cebola, iaiá, Na hora de temperar.”

 “Coco Ralado”, Alan Bernardes, BORÁ

O começo da música não poderia ser mais atual! Traz a importância da comidinha caseira:

“Nas prateleiras do supermercado, Dizia vozinha Julieta, ‘Leite de coco é gostoso quando é feito e preparado’”

A letra ainda diz: “Comi a moqueca de banana, Macarrão de abobrinha, Eta, prato arretado!”

   “Farinha”, Djavan

Essa música é quase um hino à mandioca!

Nela, Djavan dá até aula de ciência: “A farinha é feita de uma planta, Da família das euforbiáceas, euforbiáceas, De nome manihot utilíssima, Que um tio meu apelidou de macaxeira, E foi aí que todo mundo achou melhor.”

Depois, a letra enaltece a riqueza dessa raiz tão brasileira com frases como “Farinha com feijão é animal”, “A macaxeira é popular”, “A farinha tá no sangue do nordestino.”

“Banana”, Joyce Moreno, Naná Vasconcelos, Maurício Maestro

Bem brasileira, essa música fala de várias frutas que dão ricamente no Brasil, com destaque para a banana, que ganhou o título.

“Banana de tudo que é feitio e feição, Goiaba dentro é vermelha igual ao meu coração, É doce, é maduro, é triste é meio arredio, Meu coração dá de tudo igual ao chão do Brasil.”

“Pão de Queijo”, Poliana Peres

Um dos quitutes preferidos dos brasileiros, o pão de queijo mata a fome na beira de estrada, na espera do metrô ou na casa da vó, quando ela prepara aquela travessa saída do forno só pra nos receber!

Nessa música, Poliana fala de duas paixões: pão de queijo e seu amor.

“Pão nosso, pão de queijo, O meu pão nosso de cada dia tinha que ser, Um pouco de café, E um pouco de você.”

  “Festa”, Maria Bethânia

Uma música-poema que fala sobre a chegada da chuva no sertão, a fertilidade do solo (que dá alimento) e a alegria de quem, finalmente, termina o trabalho duro do campo.

“Da chegada das chuvas no sertão, Ver a terra rachada amolecendo, A terra antes pobre enriquecendo, O milho pro céu apontando, O feijão pelo chão enramando”

“E depois pela safra, que alegria, ver o povo todinho no vulcão, A negrada caindo na folia.”

“Arroz com Feijão”, Saravah Soul

Cheia de ritmo, essa música fala daquela comida que é “ comida pra alma e alimento para todos os sentidos”. Nada mais, nada menos que o casamento perfeito entre “Ehhh, arroz com feijão!”

 “Chocolate”, Tim Maia

Tão gostoso, que merece uma música mesmo.

“Não quero chá/ Não quero café/ Não quero Coca-Cola/ Me liguei no chocolate/ Eu me liguei!/ Só quero chocolate”.

Bom, na verdade, Tim Maia estava falando de outra coisa nessa música, mas a gente pode escutar a melodia como um hino a essa guloseima, não é mesmo?

 “Massa de Mandioca”, Mastruz Com Leite

Uma ode (muuuito divertida, diga-se de passagem) à tapioca:

“Maria tá peneirando (Maria tá peneirando), Goma e massa de mandioca, Maria tá peneirando (Maria tá peneirando), Goma e massa de mandioca/ Quem se casar com Maria, Só vai comer tapioca/ Ta-ta-tapioca, Ta-ta-tapioca, Ta-ta-tapioca, Ta-ta-tapioca.”

 “Brasil Pandeiro”, Novos Baianos

A música é uma afirmação da identidade nacional, perante o imperialismo cultural norte-americano, após a Segunda Guerra Mundial.

Nela, escutamos “O Tio Sam está querendo conhecer, A nossa batucada, Anda dizendo que o molho da baiana, Melhorou seu prato/ Vai entrar no cuscuz, acarajé e abará, Na Casa Branca já dançou, A batucada de Ioiô, Iaiá.”

 “Jamburana”, Dona Onete

A paraense Dona Onete canta que “O tremor do jambu é gostoso demais”.

Jambu é uma erva muito usada na culinária da região Norte do Brasil e é conhecido por dar uma certa dormência na língua.

Por isso, Dona Onete canta que “O tremor vai descendo, vai descendo, vai descendo, Vai descendo, vai descendo, vai descendo, Vem subindo, vem subindo, vem subindo, vem subindo, Vem subindo, vem subindo, vem subindo, Chegar até o céu da boca, a boca fica muito louca.”

 “O preto que satisfaz (feijão maravilha)”, Frenéticas

Divertida deeemais, essa música enaltece o democrático feijão, que não pode faltar no prato de qualquer brasileiro, né?

“Dez entre dez brasileiros preferem feijão, esse sabor bem Brasil, verdadeiro fator de união da família, esse sabor de aventura, famoso Pretão Maravilha, faz mais feliz a mamãe, o papai, o filhinho e a filha.”

 “Você Já Foi À Bahia?”, Dorival Caymmi

Um convite deeelicioso, cheio de samba, que Dorival Caymmi nos faz pra irmos para a Bahia.

Dorival Caymmi pergunta: “Você já foi à Bahia, nega?”, e escutando um “não”, ele responde: “Então vá!, Lá tem vatapá!, Então vá!, Lá tem caruru, Então vá!, Lá tem munguzá, Então vá!, Se quiser sambar, Então vá!”

 “Qui nem jiló”, Luiz Gonzaga

Comparando o amargor do jiló com o amargor da saudade, Luiz Gonzaga canta “Ai quem me dera voltar, Pros braços do meu xodó, Saudade assim faz roer, E amarga qui nem jiló.”

É bonito demais quando a comida vira poesia!

 “Comida”, Elza Soares, Titãs

Uma música que fala da necessidade que o povo tem de comida, mas não só!

“A gente não quer só comida, A gente quer comida, diversão e arte, A gente não quer só comida, A gente quer saída para qualquer parte.”

 “Batuque na Cozinha”, Pixinguinha, Clementina de Jesus, João da Baiana

Uma música que nos transporta, diretamente, para o Rio de Janeiro dos anos 60, essa é pra lááá de clássica!

Será que tem algum brasileiro que não sabe cantar “Batuque na cozinha, Sinhá não quer, Por causa do batuque, Eu queimei meu pé?”

 “Feira de Mangaio”, Clara Nunes

Folclore puro, essa música dá vontade de dançar forró na hora!

Perfeita para os amantes de festa junina, Clara Nunes consegue trazer imagem, cheiro, sabor e textura para quem escuta esse som.

“Fumo de rolo arreio de cangalha, Eu tenho pra vender, quem quer comprar, Bolo de milho broa e cocada, Eu tenho pra vender, quem quer comprar, Pé de moleque, alecrim, canela, Moleque sai daqui me deixa trabalhar.”

 “Grande Poder”, Comadre Florzinha

Uma música com raiz beeem brasileira, que fala sobre o poder da Mãe Terra e seu solo fértil.

“Embaixo cria uma batata que engorda e faz crescer, Aquilo dá farinha pra todo mundo comer, E para toda criatura vai servir de alimento.”

“Morena Tropicana”, Alceu Valença

Cheia de requebro, nessa música Alceu Valença brinca com o sabor, cheiros e cores de algumas das frutas mais deliciosas que tem, várias delas beeem brasileiras.

“Da manga rosa quero o gosto e o sumo, Melão maduro, sapoti, juá, Jaboticaba, teu olhar noturno, Beijo travoso de umbu, cajá, Pele macia, é carne de caju, Saliva doce, doce mel, mel de uruçu, Linda morena, fruta de vez temporana, Caldo de cana caiana, Vou te desfrutar.”